sábado, 1 de janeiro de 2011

Fomos perfeitos

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Segurei sua mão antes de atravessar a rua.
E de repente, pensei: acho que quero esse homem para sempre.
Você e seu jeito engraçado de ser elegante, seu jeito elegante de ser engraçado.
Com você fui até meio mulherzinha. Foi naquele jantar, em que eu deixei você escolher o prato para mim. Logo eu, que chegava aos lugares com o menu lido previamente pela internet e que costumava indicar os pedidos que os outros deveriam fazer. Você me quebrou, me deixou gaga.
Você segurava minha mão sobre a mesa, onde uma luzinha de vela iluminava o estreito espaço entre nós. E eu nunca mais iria querer ser sozinha na minha vida se tivesse você me mimando daquele jeito, a segurar minha mão, a me indicar pratos, a me servir taças de vinho e a me fazer querer você para sempre.
Um pouco era só por causa daquela entrada que você tinha do lado direito da testa. Outro pouco era porque você tinha aquele olhar safado/cavalheiro de Matthew Mcconaughey. Ou talvez fosse só porque você era quentinho num dia frio.
Eu gostava particularmente da manhã. Você era mais perfeito do que em outras horas do dia, pela manhã. Seus braços davam a volta no meu corpo e eu me sentia sedutoramente pequena e franzina. Acho que poderia me sentir pequena e franzina para sempre, ali. Eu ficava na cama e você ia se arrumando enquanto o quarto se perfumava com o seu perfume. Então, você se vestia. Nunca houve no mundo alguém que ficasse tão bem em uma camisa branca.
Depois do misto quente e do suco que você trazia, a gente saía. Você segurava minha mão e assim ficava fácil de a vida ganhar sentido. Acontecia em cada esquina, quando a gente parava para esperar os carros e você me beijava. E segurava a minha mão. E me beijava de novo. E de repente, eu pensei: acho que quero esse homem para sempre.
De mim você não esperou nada de elementar. De mim, eu sei, você sentiu saudade logo depois. Mas foi como num trecho de Lygia Fagundes Telles que o resto aconteceu.
O meu "para sempre" virou um casamento com os mistérios. O seu "para sempre" eu nunca soube.
Eu só sei que é do toque morno das suas mãos sobre meu rosto frio que eu me lembro...
Toda vez que a temperatura cai.

Um comentário:

  1. Eish, essa admiração acaba com tudo mesmo... faz a gente ficar nas nuvens...!
    Beijo e feliz ano novo!

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