sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Tédio...

Engraçado como as coisas na vida mudam de lugar no tempo ridículo do piscar dos nossos olhos. A gente tá achando tudo um barato, tudo muito bom, as pessoas todas muito engraçadas, e articuladas, e divertidas. E de repente, lá se foi. Lá se foi o encantamento e: bom dia mau-humor!

Enche meu saco ver como eu sou mutável, como minhas opiniões oscilam, como eu gosto e desgosto tão rápido, tão forte, tão intenso. Eu sou intensa e sei disso desde o dia que passei aquela madrugada toda na sua frente, olhando pra sua cara-de-pau e criando as respostas todas por mim mesma porque a sua boca não teria coragem de falar, e a sua cabeça, menos ainda, teria sabedoria.

É, eu também sei que sou prepotente. E sou muito. Não porque eu realmente me ache melhor do que o que acontece ao meu redor, mas sim porque eu tenho ciência do esforço brutal que eu faço para conseguir ser sempre a pessoa que não pede para ir "no" banheiro. E daí eu me escondo atrás da minha ortografia perfeita e as pessoas acabam achando que eu sou perfeita também. Aí eu sinto pena delas. E sinto pena da Sandy também, que deve cagar flores do campo. Eu acho que eu devo ser obscecada pela Sandy, xingar tanto assim uma pessoa não é normal.

Aliás, essa é uma das manias que eu deveria abolir. Mas a real é que é tão divertido xingar tudo e todos. Experimente também. Xingue, esbraveje, cuspa fogo na cara de quem não tem paciência de se redimir e nem culhões para se entregar. Porque a cada namoro que ele começa por impulso, como quem troca de cuecas, ele acaba com uma parcelinha sensível do coração de alguém. E ele sabe disso. Eles sempre sabem de tudo, mas fazem porque o pinto manda. O pinto deles é sempre de ouro.

E aí eu fiquei fria. E aí me beijam e eu não sinto, me olham e eu não vejo, me querem e eu quero sair correndo.

Em todas as vezes que eu sonhei em ter alguma coisa pra sempre, com alguém que fosse pra sempre, eu sempre soube que eu estava errada e que o pra sempre nunca chegaria. Em todas as vezes que eu olhei pra algum rosto e pensei em sorrir, eu sempre sorri porque era de graça, e bom, e não tinha preço. Em todas as vezes que eu me vi feliz, eu aproveitei porque eu sabia, e ainda, sei que felicidade é momentânea, que as pessoas se apaixonam e se desapaixonam e não há nada mais gracioso do que a mudança de estado de espírito. Até o sofrimento pode ser bonito. Até poesia falando de cocô é poesia.

Sabe só o que eu queria de você? Um pouco mais de respeito. Porque esse, meu rapaz, é bom, e conserva os dentes da frente.

Sábia é minha avó.

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